domingo, 9 de maio de 2010

Carregador artesanal de pano, conhecido como sling, estreita vínculo com o bebê

Luisa Torreão - A Tarde

Elas andam, passeiam, vão às compras e fazem tarefas domésticas sem abrir mão de manter os filhotes colados ao corpo. Nem por isso perdem a mobilidade das mãos. Pelo contrário: essas mamães garantem que ganham liberdade ao fazer uso do carregador artesanal de bebê, o sling – faixa de pano não estruturada e ergonômica, com argolas reguláveis.

A funcionária pública Chenia Silva, 33 anos, já não sabe ficar sem. Na hora de ir à rua, ou ficar em casa, usa para transportar ou apenas acalmar a pequena Zaya, de 10 meses: “Não consigo sair sem o sling, até se for para ir ao mercadinho ao lado. Em casa, posso varrer o chão, forrar a cama, tudo com ela no colo e sem cansar os braços”.

A funcionalidade do sling lembra a bolsa marsupial dos cangurus. Serve para acolher o bebê, aprofundando o vínculo afetivo, mantê-lo aquecido, dar livre acesso à amamentação, além de regular a respiração e os batimentos cardíacos. O uso do artefato está ligado ao conceito de baby wearing, algo como vestir o bebê em você – termo do pediatra americano William Sears (década de 80).

A artista plástica Daniela Leal, 30, desde que descobriu a arte de carregar bebês junto ao corpo há três anos,quando nasceu o primogênito Luã, se define mais do que mãe: “Eu sou bem mamífera”. A primeira peça que ela usou foi uma canga de praia cortada em forma de quadrado e dobrada como uma tipoia.
“Aquilo mudou minha vida e minha relação com Luã. A gente passou a ter mais intimidade”, conta. Hoje, com o filho Ravi, 10 meses, não é diferente. Por usar sling desde recém-nascido, ele cresceu mais tranquilo: “Nunca foi de chorar”.

Restrito - “Foi o melhor investimento que eu fiz no enxoval da minha filha”, garante Carolina Lube, 23, mãe de Sophia, 11 meses, que chorava muito quando nasceu e só acalmou depois de ganhar colo no carregador. Ela possui quatro modelos, sendo três slings e um wrap (faixa de pano com elasticidade, amarrada envolta no corpo por nó).

Carol reclama de não encontrar slings artesanais e de qualidade à venda nas lojas. “É muito restrito ainda. Infelizmente, só dá pra comprar pela internet”, lamenta. Nas lojas, os carregadores são industriais e, em geral, estruturados de forma inadequada. São conhecidos como cangurus ou baby-bags.
Em março, dois modelos de baby-bags da marca Infantino foram retirados do mercado nos Estados Unidos e no Canadá, associados à morte de alguns recém-nascidos. Isso porque os carregadores não eram anatômicos à coluna dos bebês (diferente dos slings) e dificultavam a respiração, encobrindo o rosto.

Produção própria - Foi pensando nessa lacuna de mercado que Chenia Silva resolveu investir em produzir slings seguros por conta própria, desde que se deparou com o primeiro tipo do artefato, durante a gravidez de Zaya. A concretização só veio meses depois do nascimento e de muito estudo.

Desde janeiro, ela mantém um site onde expõe e comercializa as peças artesanais pela marca Umbiguinho, sendo ainda a única iniciativa do tipo em Salvador; há outra mamãe que faz o mesmo (Calu Sling) em Camaçari. Os carregadores vendidos são slings de argola, wraps e pouchs (faixa de tecido inteiriça, sem ajuste de tamanho).
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Fonte jornal A Tarde, 09/05/2010



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